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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mais um sem-terra assassinado pelo latifúndio no Pará

Em nota divulgada na sexta-feira (03/09), a direção estadual do MST no pará denunciou mais um assassinato de um militante pela reforma agrária no estado. Dessa vez a vítima foi  José Valmeristo Soares, conhecido como Caribé, trabalhador rural e militante do MST, que fazia parte de um grupo de 10o famílias acampadas às proximidades da Fazenda Cambará, no município de Santa Luzia do Pará, nordeste paraense.

O motivo do assassinato foi a disputa em torno da Fazenda Cambará, que está localizada dentro da gleba federal chamada Pau de Remo. A família Bengstson se diz proprietária de 6.886 hectares e o MST reinvidica parte da área para o assentamento das famílias de sem-terra, alegando que são terras públicas griladas.

João Batista sobreviveu à emboscada
Caribé foi morto a tiros em um ramal do município de Bragança, para onde foi levado junto com outro militante do MST, João Batista Galdino, por um grupo armado a mando do  fazendeiro e ex-deputado federal Josué Bengstson (PTB-PA), segundo denuncia a nota.

Os dois militantes do MST foram surpreendidos por três pistoleiros em um ramal de Santa Luzia do Pará, quando se dirigiam para a sede do município, por volta das 9 horas da sexta-feira. Os dois foram torturados após a emboscada e já no município de Bragança, Galdino conseguiu fugir, mas Caribé não teve a mesma chance.

Nesta quarta-feira (08/09), O MST fará uma coletiva com a imprensa, na sede da CPT em Belém.


Abaixo, a nota divulgada pelo MST:

O Movimento dos Trabalhadores Ruarais Sem Terra (MST) vem por meio deste denunciar :

1- A ação de milícia armada do fazendeiro e ex-deputado federal Josué Bengstson (PTB) - que renunciou ao mandato para fugir da cassação por envolvimento na Máfia das Sanguessugas - resultarou na morte do trabalhador rural e militante do MST José Valmeristo Soares, conhecido como Caribé


Por volta de 9h da manhã, dois trabalhadores rurais João Batista Galdino de Souza e José Valmeristo (o Caribé) se dirigiam a cidade de Santa Luzia do Pará, quando foram abordados por um grupo de três pistoleiro armados no ramal do Pitoró, que os obrigaram a entrar em um carro, onde foram espancados e torturados.

Após seção de torturas, foram obrigados a descer no Ramal do Cacual, próximo à cidade de Bragança. João Batista Galdino conseguiu escapar para a mata e ouviu sete disparos.

2- Chegando à cidade de Santa Luzia João Batista denunciou à polícia, que afirmou não poder ir ao local por ser noite e dificilmente achariam o corpo. A direção do MST denunciou à Secretaria de Segurança Pública do Pará, por meio de Eduardo Ciso, que afirmou mandar um grupo de policiais ao local e que conversaria com o delegado para tomar providências. Nada foi feito e por volta de 10h da manhã de sábado, os trabalhadores rurais encontraram o corpo de José Valmeristo Soares.

3- Os trabalhadores Rurais Sem Terra estão acampados às proximidades da Fazenda Cambará e a reivindicam para criar um assentamento de Reforma Agrária. A Fazenda Cambará faz parte de uma gleba federal chamada Pau de Remo e possui 6.886 hectares de terras públicas.

O fazendeiro e ex-deputado federal Josué Bengstson possui 1.800 hectares com títulos. A Promotora de Justiça Ana Maria Magalhães já denunciou varias vezes que se trata de terras públicas. Os trabalhadores já haviam denunciado na ouvidoria agrária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ouvidoria Agrária Nacional do MDA, Delegacia Regional do MDA, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará e Secretaria de Segurança Pública do Pará as várias ameaças de morte sofridas do jagunços e da própria polícia de Santa Luzia e Capitão Poço, sem que nenhuma providência tenha sido tomada.

4- Denunciamos ao conjunto da sociedade brasileira mais esse vergonhoso ato de omissão e conluio da Polícia do Pará com os fazendeiros do Estado, bem como a incompetência da Secretaria de Segurança Pública do Pará e do Governo do Estado em resolver as graves violações dos direitos humanos no campo, que fazem o Estado do Pará atingir o triste posto de campeão nacional de violência no campo. Denunciamos também a inoperância do Incra, bem como o Programa Terra Legal do Governo Federal que não tem resolvido os problemas fundiários mesmo aqueles que chegam ao conhecimento público.

6- Exigimos a prisão imediata dos pistoleiros que assassinaram o trabalhador José Valmeristo Soares, bem como dos mandantes Josué Bengstson e seu filho Marcos Bengstson.

7- Exigimos também a desapropriação imediata da fazenda Cambará para o assentamento imediato das famílias acampadas no acampamento Quintino Lira.

Belém, 04 de setembro de 2010
Direção Estadual do MST – Pará

3 comentários:

  1. mst um bando de sem lei,fazem td o que é errado e acabam como santinhos,existem tantas matas virgem a ser desmatadas por que ñ vao p/lá querem terra produtivas p/ñ terem trabalho ´~ao mesmo é preguiçosos que recebem apoio do governo muitos ñ tam precisão ,depois que recebem AS TERRAS VENDEM isso é uma vergoha p/nosso estado que o governo diz que está mil maravilhas

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  2. concordo esses que se dizem sem terra são mesmo sem cárater,se passam por pobres coitados p/precionar o governo a tomar algo de quem paga o preço deveria ter uma forma de descobrir porque tantos sem terra só querem terras produtivas agente v~e tantas terras por essas estradas matas fechadas porque eles ñ invadem essas terras acho q ñ tem nem dono se tiver é do estado

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  3. Em minha opinião, esse movimento dos sem terra deveria acabar. Parece que estamos voltando à época vivida A.C., onde os bandos de saqueadores invadiam as terras a mando dos poderosos (Reis, Igreja, etc.). Se ao menos, eles, os sem terra, ficassem morando nas terras invadidas, produzindo seu próprio sustento, ainda assim seria ilícito, um "roubo", mais a verdade, é que eles invadem a propriedade alheia para vender, outros, fazem a mando de outros "Senhores feudais" e partem para outra invasão.
    As pessoas de bem para terem seu próprio chão, trabalham anos, pagam impostos altíssimos.
    Por que essa diferença? Por que os sem terras são diferentes? Quem está por trás dessa "JUSTIÇA CEGA"?
    Chega de privilegiar vagabundos. O Brasil está formando bandidos. Pra que trabalhar? Se a cada filho existe uma Bolsa Escola, onde o ensino é de fachada?
    Pra que trabalhar, se existe o Vale Cesta Básica?
    Que País é esse?

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