Quando escrevi o artigo sobre as cestas fictícias de O Liberal, publicado inicialmente no Quinta Emenda, recebi alguns emeios de colegas jornalistas, muitos se solidarizando e poucos me acusando de ser antiético e de puxasaquismo, dentre outros elogios.
As acusações de que achincalhei, que faltei com o respeito e que fui irônico com a colega me levaram a refletir ainda mais sobre as dificuldades que os jornalistas temos para debater o nosso próprio trabalho. A questão foi magnificamente abordada pelo sociólogo francês Pierre Bordieu, que deveria ser leitura obrigatória nos cursos de Comunicação Social, se ainda não o é.
Meu objetivo principal, conformei expliquei a um desses críticos, era debater a composição da forma x conteúdo da reportagem, para indicar as distorções do trabalho jornalístico, que envolve desde a coleta das informações até o tratamemto editorial da matéria.
Não visava particularmente o trabalho da repórter, nem esclarecer os fatos do ponto de vista do Incra, mas apontar as contradições do nosso trabalho enquanto jornalistas, sujeito à diversas manipulações.
O fato de mencionar a ausência da assinatura da repórter na matéria é uma indicação de que seu trabalho foi utilizado, editado, para fins além da reportagem. Mas, concordando com Bordieu, isso por si só, não exime o jornalista de suas responsabilidades.
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