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Terra é poesia. O nome do blog me veio numa releitura do poema A Propósito Disto (ou Por Falar Disto), escrito em 1923 pelo poeta russo Vladimir Maiakóvski.
No final do poema, versando sobre o Amor, que é o "disto" do título do longo poema, Maiakovski apela para que a família seja "o pai, pelo menos o Universo; a mãe, pelo menos a Terra". O trecho tem uma versão musicada de Caetano Veloso, com uma interpretação magnífica de Gal Costa.
Pois foi reencontrando um dos meus poetas amados que tive a idéia de construir este blog. Com Terra no sentido de planeta, nossa nave-mãe que tanto maltratamos. Mas também com o sentido da terra mal-distribuída, a dos sem-terra, que dela precisam para viver.
Em um país que apresenta um dos mais elevados indices de concentração de terra, reflexo da concentração de riquezas (e vice-versa), a questão agrária não poderia ficar de fora deste blog. Até porque o interesse pela questão me levou ao cargo de assessor de comunicação da superintendência regional de Belém do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde estou desde 2005.
E desde já fica uma observação: a questão agrária não se resume na reforma agrária e regularização fundiária, vai bem além disso.
Então a Terra deste blog assume a polissemia própria da poesia. A multiplicidade dos sentidos, que inclui a Política, a Filosofia, a Comunicação Social e uma área na qual trabalhei durante anos como repórter, a fotografia.
Este é o princípio de Terra e Poesia. Um carnet de bord* do caminho a ser construído na caminhada.
*O uso da expressão francesa, no lugar de diário de bordo da língua portuguesa, ocorre pelo fato da segunda indicar uma atualização que não me é possível no momento.
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